Liderar pessoas é coisa séria. Requer de você muita dedicação até que os resultados apareçam e, sinceramente, não estou contando nenhuma novidade ao lembrá-lo disso. O que chama a atenção é o fato de que muitos líderes ainda preferem se manter ausentes na hora em que as equipes mais precisam deles.
O entendimento equivocado do que significa “se fazer presente” é um dos principais motivos. Muitos gestores estão fisicamente próximos de seus colaboradores diretos todos os dias e, por isso, acreditam que as pessoas recorrerão a eles sempre que precisarem. O que ignoram é o fato de que a porta está aberta, mas ninguém se sente convidado a entrar.
Pior ainda é que alguns chefes só se revelam presentes quando as coisas dão errado e, nessa hora, costumam assumir o papel de inquisidores. O resultado é uma presença sufocante que leva a equipe a pensar: “Por que ele não se vai para sempre?”
Seja presente
Líderes presentes são aqueles que participam dos momentos importantes da vida dos liderados, apoiando-os e, até mesmo, corrigindo-os, quando necessário. Se a ausência dos pais na vida de um filho pode levá-lo à delinquência, a falta de atenção aos subordinados diretos é o que muitas vezes provoca o baixo engajamento e o desempenho medíocre num time.
Quando foi a última vez que você realizou uma reunião geral com a sua equipe? Além disso, você costuma ter conversas individuais com os liderados para falarem sobre como andam as coisas no trabalho? Ou, ainda, você se lembra de ter participado recentemente de um happy-hour com eles?
Muitos gestores colocam a culpa na correria do dia a dia para justificar a sua ausência e todos sabemos que a tecnologia ajuda – e muito – quem tem uma rotina agitada e precisa manter contato com a equipe, mesmo que a distância. Só não exagere: seu papel não é o de liderar pessoas pelo WhatsApp. As ferramentas digitais servem apenas para ampará-las quando não está por perto.
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Interferir: o seu principal papel na gestão de uma empresa
[/su_box]Dicas
Para quem trabalha em indústria, aí vai uma dica: o hábito de dar uma volta pela área produtiva cumprimentando os colaboradores por onde passa, geralmente traz resultados incríveis. Se chamá-los pelo nome então, o engajamento irá às alturas. Presença não é uma medida quantitativa e sim qualitativa.
Por outro lado, a ausência do gestor nem sempre é uma expressão do seu desinteresse pelos liderados. Muita gente que conheço age assim porque não consegue se concentrar no aqui-e-agora. Em vez de viver o presente, prefere remoer o passado ou angustiar-se com as incertezas do futuro. Enquanto esses líderes não aprenderem a cuidar melhor de si mesmos, infelizmente continuarão a fracassar na hora em que tiverem de dirigir o olhar para os outros.
E fique atento ao contexto, para não ser engolido por ele. Se você trabalha numa grande companhia é mais difícil manter-se presente do que numa firma de menor porte, na qual todos convivem no mesmo espaço físico. Encarregados e supervisores terão menos dificuldade em serem líderes próximos do que diretores e outros altos executivos, que precisam focar boa parte do seu tempo e energia em atividades externas e problemas complexos ligados ao negócio.
Já notou que a grama que fica em volta do borrifador de água no jardim geralmente é marrom? É que ele direciona sua energia para as partes mais distantes do gramado e a vegetação que está próxima à fonte de água acaba ficando seca. Da mesma forma, podemos descuidar das pessoas que lideramos. Não deixe que isso aconteça com você.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.
