O trabalho na alta gestão implica você tomar muitas decisões rotineiras de pouco impacto, algumas com reflexos medianos e outras pouquíssimas que são capazes de mudar os rumos da companhia e da própria carreira – para o bem ou para o mal. E são exatamente estas últimas que tornam o trabalho de dirigir uma empresa algo complexo.
Mas a missão pode se tornar um verdadeiro caos se você cair na tentação de agir como alguns tipos de gestores que fazem de tudo para naufragar. São eles:
– Os procrastinadores. Dirigentes que adiam as decisões o máximo que podem por temerem o ônus de uma escolha equivocada ou não terem a mínima ideia do que fazer naquele momento em que todos ao seu redor questionam: “O que faremos agora?”
– Os prudentes em excesso. Líderes que escolhem opções demasiadamente cautelosas e depois veem suas decisões se tornarem inócuas porque o ritmo das microdecisões não foi suficiente para que os resultados aparecessem. Ou, então, o concorrente agressivo agiu mais rápido.
– Os intempestivos. Aqueles que não pensam duas vezes para alterar os rumos da companhia como um todo sem ao menos refletirem o tipo de impacto e os efeitos colaterais de suas escolhas no curto, médio e longo prazo. Líderes que decidem primeiro e pensam nas consequências só depois.
– Aqueles que decidem não decidir. Pessoas que acreditam que os problemas difíceis se resolverão naturalmente com o passar do tempo e praticam o “isso não é comigo”.
– Aqueles que jogam para a galera. Gestores que buscam soluções mágicas que não arranhem sua imagem ou popularidade perante as outras pessoas ou aceitam que a organização perca, se este for o preço a pagar para que a sua reputação se mantenha intacta.
– Os gladiadores de departamento. Líderes que tomam decisões que sempre atendem os interesses específicos de determinada área porque fazem parte de uma forte coalizão, ignoram o jogo político que existe dentro da empresa ou são manipulados por lideranças ocultas.
– Os sabichões. Indivíduos que acreditam serem talentosos o suficiente para tomar todos os tipos de decisão – mesmo aquelas de alta complexidade – e por isso não costumam se aconselhar com terceiros. Quando erram, sua resposta-padrão é: “Não tive sorte dessa vez”.
– Os exageradamente democráticos. Querem escutar todo mundo antes de bater o martelo e, confusos com a diversidade de opiniões e pontos de vista levantados, demoram a escolher um caminho. Ou seja, esquecem que consultar muita gente de modo aleatório nunca será a melhor coisa a fazer.
– Os escravos do sucesso passado. Aqueles que tomaram algumas decisões acertadas anos atrás e continuam a replicá-las sem levar em conta que a eficácia daquela resposta já não é a mesma há algum tempo. Insistem em utilizar o mesmo remédio para novos problemas.
– Os equivocados. Gente que faz opções com base em princípios frágeis ou informações falhas que receberam de alguém e não foram checadas com atenção. Fazem certo as coisas erradas.
– Os apaixonados pela opção inicial. Líderes que resistem a buscar outras opções porque já estão muito apegados à primeira alternativa que surgiu em suas cabeças e agora preferem fracassar a mudar de ideia.
Se a capacidade de tomar boas decisões é, reconhecidamente, aquilo que separa dirigentes de sucesso de líderes medíocres; então, não incorrer nas armadilhas acima é a melhor coisa que um gestor pode fazer para se tornar cada vez mais eficaz.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.