O tempo ideal para a fala de um palestrante varia dependendo do contexto. Se os ouvintes têm um grande interesse sobre o tema, pagaram ingressos e o apresentador ainda consegue prender a atenção de todo mundo com facilidade, pode se dar ao luxo de estender a fala. Contudo, se o assunto não apaixona ninguém além do palestrante, a assembleia foi “convocada” para estar lá e o tom de voz empregado dá sono, quanto antes terminar melhor.
O tipo de evento também precisa ser levado em conta. Quando a palestra é a cereja do bolo de uma convenção, pode durar 1h30 sem problemas. Mas se for uma apresentação que antecede aquele almoço de confraternização da empresa, por exemplo, não deve superar 30 minutos.
Antigamente, as palestras duravam em torno de duas horas porque os ouvintes eram muito mais dóceis e respeitosos com quem segurava o microfone às mãos. Depois que os neurocientistas descobriram que os ciclos de atenção duram em torno de vinte minutos – e, consequentemente, existe uma explicação lógica para a sonolência numa apresentação entediante – e os smartphones passaram a não deixá-lo se desligar do “mundo lá fora”, você já sabe que as melhores palestras têm entre 50 minutos e 1h15.
Só não esqueça que os eventos promovidos pela fundação TED no mundo todo com palestrantes de grande peso – como Bill Gates e Bill Clinton – contam com apresentações que duram o máximo de 16 minutos e a tendência também é vermos a partir de agora eventos corporativos cada vez mais enxutos.
É claro que o palestrante que tem o que dizer de verdade sempre conquistará o direito de falar um pouco mais e a audiência não se negará a escutá-lo. Só que raramente encontraremos plateias dóceis no ambiente corporativo, nas escolas e nas igrejas quando os ouvintes não perceberem que temos algo relevante para comunicar.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.
