Quando você busca alcançar um objetivo, o sucesso nem sempre acontece logo de cara. Às vezes, nem na segunda ou na terceira tentativas. E, nessas horas, a perseverança é uma virtude e tanto. Mas, como saber que você é perseverante de verdade ou apenas um teimoso crônico?
Perseverança tem a ver com tenacidade e firmeza de propósito. Enquanto isso, a teimosia está ligada ao comportamento insistente e à obstinação birrenta. Ou seja, a perseverança é sinal de amadurecimento e a teimosia um traço de infantilidade.
Na prática, você reconhece a diferença entre as duas na hora em que focaliza os resultados. O perseverante é mais bem-sucedido porque, apesar das derrotas temporárias, consegue adaptar a sua forma de agir para chegar aonde quer. Substitui a estratégia, o método, as ferramentas e tudo mais que for necessário porque não perde de vista o que é importante de verdade.
Já o teimoso é inflexível. Incapaz de abandonar a ideia fixa que tem na cabeça ou de simplesmente enxergar aquilo que quase todo mundo vê. Às vezes, beirando a loucura, como ensina aquela conhecida frase atribuída a Albert Einstein: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.”
O teimoso geralmente comete dois erros críticos. Um deles é a sua necessidade de querer ter razão, vociferando: “Ainda vou provar para vocês que estou certo!” E o segundo erro é de percepção: ele já acredita ser perseverante. Como alguém me falou certa vez: “Eu sou apenas incompreendido e não tenho sorte”.
Portanto, perseverar é mais do que apenas ser insistente. É aprender com os próprios erros e não os repetir. Depois de uma longa e extenuante jornada, constatar que todo esforço valeu a pena. Você chegou lá!
Uma história inspiradora é a do chinês Huang Dafa (confira o vídeo acima), homem simples que assumiu para si a missão de construir um canal de água com 10 quilômetros de extensão e atravessando três montanhas, para que a população do vilarejo em que morava, Caowangba, pudesse ter acesso a água potável. E detalhe: sem conhecer nada de engenharia ou de como funciona um sistema hídrico, lá no início do projeto.
Agora reconhecido como herói em seu país – e com mais de oitenta anos de idade –, ele conta que começou a empreitada em 1959 praticamente sozinho e foi alvo de zombarias durante um bom tempo até finalmente conseguir apoio financeiro do governo chinês (no início dos anos noventa) para contratar trabalhadores e comprar o material que faltava.
A obra ficou pronta em 1995 depois de longos 36 anos e transformou o vilarejo. A abundância de água agora possibilita a irrigação dos campos de arroz e ninguém mais sofre de sede. E com a atenção dada pela mídia, eles já têm eletricidade e contam até com uma nova estrada. Tudo porque Dafa perseverou.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.