O tripé do talento

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Você sabe o que tenistas, cantores, pintores e arquitetos excepcionais têm em comum? Segundo Daniel Coyle, em seu livro “O Código do Talento” (Ed. Negócios), todos eles aperfeiçoam suas habilidades no trabalho a partir de três pilares: treinamento profundo, ignição e o apoio de um grande treinador.

treinamento profundo é o primeiro desses pilares e talvez o mais desafiador de ser incorporado no cotidiano, pois ele não se resume a você repetir tarefas de modo automático. Tem a ver sim com o esforço deliberado de aprimorar qualquer habilidade específica a partir do treino duro.

Como é o caso de um músico que pratica várias vezes aquela passagem difícil de uma canção buscando tocar cada nota perfeitamente. Ou do profissional de vendas que estuda técnicas de negociação todas as noites e revisa gravações de suas ligações com clientes para refinar sua abordagem e, consequentemente, os resultados de fechamento.

Mas o que leva uma pessoa a se comprometer com esse tipo de prática, que muitas vezes é árdua e desconfortável? É aí que entra o segundo pilar: a ignição. Coyle explica que a ignição é o momento em que uma motivação profunda é despertada, muitas vezes por um evento ou insight específico que acende o desejo de se superar.

Para encontrar a sua ignição, reflita sobre o que realmente importa para você em sua carreira. O que o faz levantar todos os dias? Talvez você queira ser um exemplo para sua família, atingir uma meta pessoal ou contribuir para uma causa maior. Identificar esse “porquê” é o que dará combustível para sua prática intensa.

O terceiro pilar, um grande treinador, diz respeito a contar com a orientação especializada de quem já percorreu o caminho que você deseja trilhar. Ter ao lado um mentor ou coach que, mais do que fornecer instruções, possa ajudá-lo a enfrentar obstáculos e a refinar capacidades que, estando só, você dificilmente saberia como superar.

Um exemplo simples seria o designer gráfico que, ao apresentar suas ideias para um supervisor experiente, recebe sugestões preciosas sobre como melhorar o impacto visual de suas criações e, meses depois, já é um profissional muito melhor. Ou o programador júnior que aprende a resolver problemas complexos de codificação em tempo recorde justamente por ser mentorado por um engenheiro de software sênior que está sempre por perto.

Portanto, se você precisa desenvolver uma habilidade específica, o caminho é claro. Vai ter de reservar um tempo diário em sua agenda para praticá-la em alta intensidade de um jeito que poucas pessoas fariam. Dependerá de uma motivação capaz de fazê-lo seguir em frente até mesmo quando sentir que já chegou no seu limite. E, especialmente, terá de contar com um mentor comprometido em extrair todo o seu potencial.

Como enfatiza Coyle, o talento não é um dom divino reservado a poucos e sim um caminho que qualquer pessoa pode trilhar com as práticas certas e a mentalidade adequada.

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