Cada vez mais empresas buscam se tornar um excelente lugar para trabalhar e existem várias razões para isso, além de simplesmente receberem um selo comemorativo. Os melhores colaboradores costumam permanecer por lá (mesmo assediados pela concorrência), fica mais fácil recrutar bons talentos de fora e o desempenho da companhia cresce com um clima de trabalho acima da média, por exemplo.
Mas, o que pesquisadores procuram identificar quando visitam sua empresa a fim de saber se ela é ou não é incrível? Eles focalizam três coisas:
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- se as pessoas confiam nos chefes;
- se os colaboradores apreciam os colegas de trabalho; e
- se essas mesmas pessoas sentem orgulho do que fazem.
Desses três itens, o mais relevante é o primeiro, que tem a ver com a relação líder-liderado. Afinal de contas, quando a convivência com o chefe é boa, a pessoa tem grandes chances de querer permanecer aonde está, mas se a realidade é o contrário disso é quase certo que ela conta os dias para sair de lá.
E só para você ter uma ideia, os pesquisadores analisam como os funcionários percebem seus chefes investigando três fatores-chave: credibilidade, respeito e imparcialidade. Para isso, buscam concordância a afirmativas, como: “Os gestores são competentes para tocar o negócio” (credibilidade), “A organização me oferece treinamento ou outras formas de desenvolvimento para o meu crescimento profissional” (respeito) e “As promoções são dadas às pessoas que realmente mais merecem” (imparcialidade), dentre vários outros tópicos.
Já no tocante à relação com os colegas de trabalho, a presença ou não do espírito de camaradagem é o item crítico. Daí algumas das indagações são: “Você pode ser você mesmo por aqui?”, “Quando se entra nesta organização, fazem você se sentir bem-vindo?” e “Você pode contar com a colaboração das demais pessoas?”
Os pesquisadores também examinam o quanto todo mundo que faz parte da companhia se identifica com afirmativas que investigam o sentimento de orgulho. “Eu recomendaria a minha organização para amigos e família”, “Tenho orgulho de contar a outras pessoas que trabalho aqui” ou “Nossos clientes classificam nossos serviços e/ou produtos como excelentes” são algumas delas.
Mas, não se engane: mesmo cuidando de tudo isso, a sua empresa pode não ser um lugar tão bom assim. Por isso, a fim de fechar o diagnóstico, os pesquisadores ainda analisam em detalhes os documentos, processos e políticas de Gestão de Pessoas que envolvem recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, remuneração e benefícios, gestão do desempenho individual, saúde do trabalhador etc.
Ou seja, uma excelente empresa para trabalhar é aquela na qual as pessoas não pensam em sair de lá tão cedo e que ainda tem um book de práticas de Gestão de Pessoas admirável e que realmente funciona.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.