A origem da palavra commodity está interligada aos aventureiros portugueses que, no século XVI, viajavam por mares desbravando novas terras em busca de riquezas, territórios e, principalmente, especiarias como pimenta, cravo, canela e noz-moscada.
A pimenta, em especial, era utilizada para conservar os alimentos, tendo esta o nome de “comodidade” por garantir maior sobrevida à maioria dos gêneros consumidos. Posteriormente, os ingleses resgataram o termo para designar as matérias-primas ou produtos que só se diferenciam pelo preço.
De alguns anos para cá, a palavra commodity também passou a ser utilizada para definir profissionais que não conseguem se diferenciar no mercado. Gente que até pode ter competência e um bom currículo, mas pouco oferece à empresa de especial ou, pelo menos, não é capaz de provar o contrário.
Tudo começa quando o trabalhador decide vibrar na mesma frequência da maioria. Faz o que quase todo mundo faz, seguindo o rebanho. E a consequência disso é que acaba por entregar bem menos do que poderia.
Grande parte das pessoas define seu trabalho como especializado e complexo, além de acreditar que possui um nível de entrega bem acima da média. Mas, será mesmo? O que lhes falta, geralmente, é um bom referencial. Simplesmente desconhecem o que faz um verdadeiro outlier (profissional fora da curva).
Em um processo seletivo, por exemplo, mesmo que você possua diferenciais, não é difícil ser julgado como “mais um”. E por quê? O que as pessoas geralmente relatam nos currículos e falam nas entrevistas é parecido demais.
A comoditização é maléfica porque só provoca danos. Baixos salários, poucas oportunidades de desenvolvimento, posições excessivamente operacionais… E uma certeza: a de que o profissional, cedo ou tarde, será substituído por um robô.
Para não cair nessa armadilha, vale seguir algumas boas práticas:
— Conviva o máximo que puder com profissionais que realmente são diferenciados. Quanto mais você observá-los, mais irá descobrir as práticas que adotam e como transportá-las para a sua carreira.
— Não faça o que todo mundo faz. Adquira competências e experiências que realmente sejam valorizadas pelo mercado. Eu conheço um brasileiro que, por falar sueco com fluência, representa uma grande companhia daquele país por aqui.
— Fique atento ao mercado. O que é diferencial hoje, amanhã será apenas pré-requisito. Ou seja, não chegue tarde na festa. Tem gente que busca uma competência quando o mercado já desviou o olhar para outra coisa.
— Tenha bons resultados para apresentar. Os números quase nunca mentem. Se você diz que é artilheiro, então mostre os seus troféus de goleador. Não há empresa que resista a quem faz acontecer.
Pense nisso!
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.