Muita gente não quer nem ouvir falar de liderança porque existe um preço a pagar sempre que nos colocamos à frente das coisas. Mas que preço é exatamente este?
1) Grande visibilidade. As pessoas observam aquilo que os líderes fazem e o que dizem. E isso exige um estado de prontidão que, para alguns deles, é exaustivo demais. Como escutei certa vez: “Eu gostaria simplesmente de não ser notado”.
2) Decisões difíceis. Ao ocupar um papel de liderança você se depara com a necessidade de fazer escolhas complicadas, nas quais a chance de errar é muito grande. E a maior parte das pessoas não suporta conviver com a sensação de insegurança e vulnerabilidade.
3) Intenções mal-interpretadas. Às vezes, você faz algo pensando em ajudar as pessoas e elas entendem exatamente o contrário. Daí sofre críticas injustas, mesmo com as melhores intenções. Ou, então, concede um benefício e acaba escutando pelos corredores: “Aí tem. Logo vai pedir que a gente faça algo a mais!”
4) Momentos de solidão frequentes. Você aprende que não dá para falar tudo o que passa pela sua cabeça quando está frustrado ou eufórico, pois existem consequências. E, por zelo, acaba se retraindo mais do que gostaria.
5) Sacrifício pessoal. Como líder, mesmo que você não queira, leva o trabalho para casa muitas vezes. Dorme preocupado com os problemas que precisam ser resolvidos no dia seguinte, por exemplo. Algo que dificilmente acontece com quem é apenas um colaborador operacional.
E por que as pessoas então aceitam ser líderes, apesar de tudo isso acima? Existem inúmeros bônus, como, por exemplo:
— Potencial de fazer a diferença. Quando você está à frente das coisas, deixa de ser um simples torcedor para entrar em campo de verdade e jogar o jogo. Sabe que realmente pode mudar a companhia aonde trabalha e influenciar as pessoas que lidera. Abraça o protagonismo.
— Autonomia para tomar decisões. A programação do dia de amanhã depende das suas escolhas. E mesmo que exista alguém acima de você na estrutura da companhia, enxerga espaço para mudar muitas coisas. Não é um mero executor.
— Impacto positivo sobre os outros. Traz um bem-estar emocional enorme conduzir pessoas durante a jornada de desenvolvimento delas. Principalmente, quando você é consciente de que alguns colaboradores progrediram só porque deu o apoio emocional e o suporte técnico que eles precisavam.
— Possibilidade de construir uma carreira de gestão. Ainda que a remuneração nem sempre seja atrativa para quem alcança o primeiro cargo de liderança, bastante gente reconhece essa oportunidade como “a grande chance”. Por isso, eles nem pensam nos ônus. Só querem se sair bem para galgar outros postos.
— Você aprende muito. Ao lidar com problemas todos os dias, ter de tomar decisões difíceis e ser obrigado a fazer muitas coisas pela primeira vez, você acelera o seu desenvolvimento pessoal. Mais ainda: geralmente se torna um ser humano melhor.
Existe um preço a pagar sim, mas desenvolver a sua capacidade de liderança talvez seja o principal investimento que você deve fazer em sua vida a partir de agora. Pense nisso!
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.
