Você já deve ter escutado aquela conhecida máxima: as pessoas geralmente são contratadas por suas habilidades técnicas e, depois, promovidas ou demitidas pelos comportamentos.
Pois bem. É assim que procurávamos explicar a diferença entre hard skills e soft skills bem antes de esses estrangeirismos passarem a fazer parte do jargão comum de todo mundo que atua no mercado de trabalho. Mas, você já aprendeu a diferenciá-los e a identificar de que tipo de valências cada um deles trata na prática?
Hard skills é uma expressão utilizada para descrever as habilidades e competências técnicas que geralmente anotamos no currículo. As qualificações, certificações e aptidões técnicas que acumulamos com o propósito de desempenhar uma função. Portanto, aquilo que obtemos com estudo e treinamento.
Fluência em idiomas, capacidade de gerar relatórios, saber escrever linhas de programação, manusear um software de edição de vídeo com destreza, realizar cálculos matemáticos e criar um site para a sua empresa são alguns bons exemplos de hard skills. E tudo o que se refere ao ensino técnico, graduação e pós-graduação também se enquadra aí.
Em contrapartida, o termo soft skills é bem empregado quando se refere às competências comportamentais que não conseguimos inserir no currículo e, consequentemente, um recrutador só identifica quando é hábil em conduzir entrevistas de emprego ou dinâmicas de grupo. Isto é, as aptidões mentais, emocionais e sociais facilmente qualificáveis, mas difíceis de quantificar. Aquilo que exige autoconhecimento e autopercepção e não apenas uma formação de ponta.
Estou me referindo a competências como liderança, trabalho em equipe, inteligência emocional, saber resolver problemas complexos, comunicação, gestão do tempo e proatividade, entre outras. Capacidades que só desenvolvemos em alto nível ao lidar com situações que envolvem complexidade, ambiguidade e/ou incerteza.
Por isso mesmo, é importante ter o entendimento de que:
- É muito mais fácil adquirir hard skills do que soft skills.
- As competências técnicas são capazes de mantê-lo empregado em sua empresa, mas já não chamam a atenção dos headhunters na mesma medida que anos atrás. Eles estão cada vez mais interessados nas soft skills.
- Quando você faz um curso que focaliza uma competência comportamental dificilmente sai sabendo tudo o que precisa fazer na sequência para aplicá-la com sucesso. Apesar de animado com o que aprendeu, é normal se sentir angustiado e confuso, ok?
- Acumular um monte de certificados e diplomas pode ser bom para o ego, mas as empresas querem saber mesmo é como você lida na hora em que as coisas não saem como o planejado.
As hard skills podem resolver os problemas técnicos da posição que você ocupa atualmente na empresa, mas a construção de uma carreira de sucesso ao longo dos próximos anos dependerá muito mais das soft skills que você aprimora dia após dia.
Pense nisso!
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.