Diploma não é sinônimo de qualificação

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Em um certo dia, os animais da floresta decidiram abrir uma escola para seus filhotes frequentarem. E logo depois de escolher quem seria o diretor da instituição, foi a vez de recrutarem o corpo docente.

Para isso, publicaram um anúncio no jornal dos animais: “Precisa-se de professores para a escola da floresta. Entrevistas na segunda-feira de amanhã e só devem se candidatar aqueles com as qualificações necessárias para o cargo”.

No dia marcado, uma imensa fila de candidatos a docentes estava formada. O primeiro entrevistado foi um curió: “Gostaria de me candidatar à vaga de professor de canto”. Na mesma hora, o comitê de seleção o indagou: “Mas você tem experiência como cantor?” Empolgado, ele respondeu: “Tenho sim, pois canto desde que nasci. Escutem!”, entoando uma bela melodia.

Porém, um membro do comitê o interrompeu bruscamente: “Desculpe, mas não queremos saber se você canta bem. O que a gente precisa mesmo é ter ideia aonde estudou música e quais diplomas possui. Comprove suas qualificações”.

Daí o curió explicou: “Eu sei cantar, como vocês puderam ouvir, mas não tenho diplomas”. De bate-pronto, outro integrante do comitê foi disse: “Então não podemos contratá-lo. Nossos professores precisam ser certificados”.

Com o segundo candidato – um golfinho, que buscava atuar como professor de natação –, aconteceu a mesma coisa. Apesar de um exímio nadador, não tinha habilitação. A abelha também foi dispensada quando se apresentou ao emprego de professora de artes, pois não contava com diploma algum.

O leopardo acabou reprovado na entrevista para professor de corrida, o macaco não teve como provar no papel que poderia dar conta como bom professor de ginástica e a aranha, mesmo disposta a ensinar os filhotes a tecer, não conseguiu ser convincente apenas mostrando uma parte do seu belo portfólio.

Ao final do processo de seleção o comitê estava exausto e desapontado a tal ponto que seu veredicto ao Conselho dos Animais foi este: “Na floresta é impossível abrir uma escola por falta de pessoal qualificado para a docência”.

Essa pequena fábula nos traz uma série de aprendizados sobre o desafio de contratar as pessoas certas no dia de hoje, especialmente quando elas não têm uma penca de diplomas para nos apresentar. Alguns deles são:

  • Muitas das novas competências que os seus colaboradores precisam alocar no trabalho ainda não são ensinadas – e nem provavelmente serão – em universidades ou instituições certificadoras. As pessoas têm buscado aprendê-las por conta própria e geralmente com o apoio de canais digitais, como o YouTube.
  • Se a sua empresa não for um reduto de burocratas, foque a análise dos candidatos naquilo que eles sabem fazer e não nos certificados (às vezes, fajutos) que acumularam nos últimos anos.
  • Fique atento! É bem provável que bons candidatos estejam sendo descartados dos processos de seleção logo de cara se você definiu os critérios-chave equivocadamente.

Pense nisso!

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