Coragem para liderar

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Quando alguém me pergunta qual é o principal traço de um verdadeiro líder, a resposta é direta e precisa: coragem. Afinal de contas, você até pode ocupar uma posição gerencial sem apresentar qualquer gesto de bravura, mas liderança é outra coisa.

Liderança tem a ver com transformação, mudança. Como, por exemplo, quando você precisa reestruturar todo o departamento comercial de uma empresa que vai de mal a pior e sabe de antemão que o trabalho será bastante desafiador. Para fazer acontecer terá de tomar decisões difíceis, assumir riscos e ainda lidar com o fracasso potencial.

É por isso que liderança não combina com covardia, apego a rotinas, tradição cega, perfeccionismo, busca por respostas fáceis ou qualquer coisa do gênero. Diz respeito ao contrário: ousadia, audácia, bravura, desapego e intrepidez.

No livro “A coragem para liderar” (Ed. BestSeller), Brené Brown nos presenteia com quatro boas práticas daquilo que você pode fazer a partir de hoje mesmo para desenvolver o tipo de coragem que encontramos em líderes. Segundo ela – e assino embaixo –, é preciso:

  • Encarar a vulnerabilidade. Aceitar que seus principais temores afloram quando precisa tomar decisões críticas, sente-se incompetente para resolver alguns problemas que chegam até você e às vezes comete erros dos quais não se orgulha. Portanto, reconhece que é um ser humano imperfeito.
  • Viver de acordo com os seus valores. Uma coisa é discursar que você é uma pessoa que procurar fazer as coisas certas e outra é realmente seguir aquilo que diz. Uma das maiores expressões de coragem é permanecer fiel aos seus princípios de vida quando ignorá-los é algo muito tentador ou até mesmo parece aceitável.
  • Desafiar a confiança dos outros. Quando você dá um feedback duro para alguém correndo o risco de ser mal interpretado está colocando à prova a relação de confiança que existe entre vocês. E esse tipo de comportamento exige muita coragem, como também é o caso de quando pede ajuda, assume suas falhas ou guarda segredos de terceiros.
  • Aprender a crescer. A capacidade de você se recuperar após um revés, lidar com as frustrações de um jeito maduro e extrair valiosas lições dos momentos difíceis pelos quais passa. Ou, ainda, de escolher missões delicadas que vão colocá-lo em outro patamar se for bem-sucedido, apesar das dúvidas razoáveis que carrega sobre a sua competência de chegar lá!

No século XIX, o dramaturgo francês Ernest Legouvé já ensinava: “Covardia é medo consentido; coragem é medo dominado”. E nós abafamos a maior parte dos temores com o exercício de atos corajosos como esses acima.

Lembre-se: cada vez que você realiza algo que até pouco tempo atrás não imaginava ser apto a fazer – ainda que o gesto seja simples aos olhos de outras pessoas –, você reforça dentro de si a confiança de que pode ir muito mais além. E uma pessoa confiante quase sempre está a caminho de ser uma pessoa corajosa.

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