Até alguns anos atrás, ao buscar uma nova oportunidade de trabalho, você sabia que precisava fazer quatro coisas: folhear os anúncios classificados do seu jornal predileto, visitar as agências de emprego da região, entregar currículos impressos nas empresas e pedir indicações para os conhecidos.
Essas estratégias ainda funcionam, mas seu impacto já não é o mesmo. De acordo com a Pesquisa Global de Recrutamento da Social Talent, uma plataforma mundial de recrutadores, 47% das novas contratações realizadas no mundo em 2018 se deram por meio de mídias sociais digitais. E no Brasil não tem sido diferente.
Contudo, isso não quer dizer que você deve divulgar seu currículo no Facebook, Instagram ou grupos de WhatsApp. Essas oportunidades citadas na pesquisa estão em redes profissionais como o LinkedIn, o Viadeo e o beBee.
Procurando emprego no LinkedIn
Citando especificamente o LinkedIn, a maior parte das pessoas que têm uma conta por lá ainda focaliza seus esforços na atualização do currículo, sem participarem ativamente da rede. Em consequência disso, elas não veem as melhores vagas anunciadas pelas áreas de RH de empresas que poderiam contratá-las, por exemplo. Agem igual àquela pessoa que vai a um jantar onde há muita gente interessante para conhecer, mas prefere ficar a noite toda sentada sem falar com ninguém.
As companhias estão anunciando a maior parte das suas vagas em redes sociais profissionais porque elas perceberam que o processo de recrutar candidatos nesse tipo de ambiente acaba sendo mais barato, rápido e eficaz, sobretudo quando as posições exigem um perfil de alta qualificação.
Dicas práticas
Entretanto, ficar olhando o que acontece na rede sem se manifestar não ajuda a criar o tipo de reputação que conta muito hoje em dia para quem busca oportunidades de emprego. Aliás, nesse sentido, as principais dicas são:
1) Antes de mais nada, mantenha o seu currículo atualizado e atrativo. Algumas pessoas continuam a se apresentar como na década passada, sendo que a realidade mudou. Sem as palavras certas, o algoritmo da rede social não vai localizá-lo na hora em que alguém buscar um profissional como você.
2) Crie conexão com gente que tenha uma boa reputação em sua área e poderá indicá-lo para os headhunters mais adiante. Pouco vale ser alguém incrível se as pessoas certas não sabem disso!
3) Compartilhe seu conhecimento. Enquanto textões não são bem-vindos em redes sociais de amigos, no LinkedIn, por exemplo, quem o segue geralmente está em busca de conteúdo útil.
4) Não envie respostas padronizadas a diferentes pessoas nem fique repostando aquilo que veio de outras fontes sem citá-las. Atitudes como essas arranham a sua imagem desnecessariamente
5) E é claro, também seja cuidadoso com o que publica em redes como o Facebook e o Instagram. Nesse mundo hiperconectado em que vivemos é muito difícil separar o que é vida pública do que é vida privada. Por isso, aquela foto sem-noção que foi tirada na festinha com os amigos pode prejudicá-lo sim, ainda que você esteja marcado na publicação de uma terceira pessoa. O Google o encontra, tenha certeza disso.
Eles estão de olho
Boa parte dos profissionais de RH responsáveis pelo recrutamento e seleção vasculham o histórico dos candidatos na web e eles não fazem isso só procurando coisas boas. Aliás, o que eles querem saber de verdade é se existe alguma mácula em sua trajetória que impeça você de entrar lá. Assim não perdem tempo. As coisas boas eles descobrirão na hora em que forem entrevistá-lo e você puder contar suas realizações.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.