Saber sobre Gestão de Pessoas não é coisa que cabe só ao RH da empresa. Se você lidera um time e não entende o mínimo de recrutamento e seleção, onboarding, treinamento e desenvolvimento, remuneração e benefícios, gestão do desempenho e legislação trabalhista dificilmente conseguirá extrair o melhor de quem está ao seu lado.
Em contrapartida, é crucial que você busque um profundo domínio no exercício de 4 funções vitais necessárias no dia a dia de todo líder de pessoas, que são: fornecer direção, desenvolver competências, dar apoio emocional e promover a autonomia.
Fornecer direção é o que você faz quando esclarece o papel e as responsabilidades dos seus colaboradores. Ou, ainda, sempre que define metas tangíveis que orientam para onde devem dirigir esforços. E, além disso, também é diretivo via feedback de qualidade que ajusta o que precisa ser melhorado ou reforça comportamentos desejáveis.
Já a função desenvolver competências é exercida com propriedade quando você busca ajudar as pessoas a melhorarem sua capacidade técnica. Para isso, uma boa prática é conferir novas responsabilidades, desafiando-as a sair da zona de conforto. Outra é possibilitar que participem de treinamentos que agregam conhecimentos e aprimoram habilidades. E eu também não posso esquecer das iniciativas de job rotation, que possibilitam uma compreensão sistêmica da companhia.
Outra função importante é dar apoio emocional. Às vezes, os colaboradores só esperam que você esteja por perto e torcendo por eles na hora em que os desafios parecem intransponíveis. E é esse cuidado genuíno com o ser humano que facilita um ambiente de confiança, vínculos profundos e maior engajamento por parte dos liderados.
Por fim, você também precisa promover a autonomia de quem trabalha no seu time a ponto de os colaboradores nem precisarem mais tê-lo por perto, com o passar do tempo. Na prática, delegar tarefas adequadas às habilidades e ao nível de desenvolvimento deles, incentivar que tomem decisões por conta própria e encorajar a experimentação (oportunidade de testar novas ideias e aprender com os erros), por exemplo.
Guarde bem aí com você: fornecer direção quando os liderados precisam de orientação, desenvolver competências na hora em que estão dispostos a aprender, dar apoio emocional ao notar que se sentem fragilizados ou cheios de temores e, finalmente, promover a autonomia dos mais experientes é o que diferencia um gestor comum de um verdadeiro líder.
E tanto trabalho vale a pena? É claro que sim. Como ensina o empresário Richard Branson:
Cuide dos seus funcionários e eles cuidarão do seu negócio”.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.