A Síndrome do Pequeno Poder

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Certa vez Nicolau Maquiavel declarou: “Dê poder a um homem e verás quem ele é”. Uma verdade inquestionável, pois com poder você tem tudo para realizar grandes coisas e expressar virtudes. Ou então entorpecer, tomado por vícios.

E esse tipo de revelação não exige que nos tornemos muito poderosos. Da mesma forma que algumas pessoas precisam apenas de uma taça de vinho para ficarem bêbadas, tem gente que, diante de uma simples promoção no trabalho, por exemplo, logo se embriaga.

É o que chamamos de Síndrome do Pequeno Poder. Atitudes opressivas, de forma voluntária ou não, que certas pessoas adotam em relação a colegas de trabalho, amigos ou familiares logo que alcançam algum status ou papel de direção. O que a sabedoria popular entende como “deixou o poder subir à cabeça”.

Alguns exemplos são o colaborador recém-promovido a encarregado que agora se acha melhor do que todo mundo, o porteiro do prédio que é ríspido com os visitantes que não são simpáticos com ele, o presidente da associação de bairro que age como se fosse o prefeito da cidade e o funcionário público que demora para assinar um documento só para mostrar que ele pode complicar a sua vida a hora que quiser.

Em todos esses casos – e inúmeros outros – há uma distorção da realidade. A pessoa acredita que é superior às demais só porque conquistou uma certa autoridade e não pensa duas vezes para extrapolar o seu pequeno poder.

Esse tipo de comportamento costuma ter duas causas principais: ou uma baixa autoestima que busca compensação ou o narcisismo perverso. Algo que explica o autoritarismo, o ego inflado, o excesso de autoconfiança e a arrogância.

Porém, ao lidar com alguém que passa por este tipo de síndrome pode ter certeza de que bater de frente com ele não é a melhor saída. É muito mais recomendável relatar ao superior imediato da pessoa o que vem ocorrendo, pois é comum que o chefe nem saiba do comportamento disfuncional do seu colaborador.

Aliás, se atualmente você ocupa um papel de gestão, fique atento às atitudes de quem acabou de promover. Sob um olhar mais atento, é fácil identificar quem abusa do poder logo nos primeiros dias por agora se achar a última bolacha do pacote.

Além disso, tome você mesmo o cuidado de não ser impactado pela Síndrome do Pequeno Poder, mantendo seus pés bem no chão. Depois de ser promovido no trabalho, liderar um projeto bem-sucedido ou receber um prêmio da sua entidade de classe não é difícil se achar poderoso. Porém, o autoengano é uma armadilha perigosa que pode lhe custar caro.

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