A força da serendipidade

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Serendipidade tem a ver com a sorte de encontrar algo valioso ou agradável quando você não está à procura dele. Portanto, aquilo que acontece quando nos deparamos com oportunidades surpreendentes sem termos agido de modo deliberado para que caíssem em nosso colo.

A ideia de serendipidade apareceu pela primeira vez em 1754, quando Horace Walpole escreveu uma carta descrevendo sua descoberta de três contos de fadas persas chamados “Os Três Príncipes de Serendip”. Nessas histórias, os príncipes sempre faziam descobertas por acaso que levavam a grandes resultados, apesar de sua falta de intencionalidade. Esse conceito foi posteriormente adotado por filósofos como John Locke, que acreditava que as coincidências provocam encontros casuais com novas ideias ou pessoas capazes de nos ajudar a alcançar o sucesso em circunstâncias imprevistas.

Atualmente, a serendipidade ainda desempenha um papel importante em muitos aspectos da vida, incluindo o mundo do trabalho e o campo dos relacionamentos. Como é o caso de quando você se depara com uma oportunidade de trabalho interessante enquanto viaja de férias ou conhece seu futuro cônjuge em uma festa à qual não planejava comparecer. Ambos os cenários têm a ver com eventos fortuitos que resultaram em algo bem maior que o esperado.

Também cabe lembrar que várias invenções de grande sucesso que ainda fazem parte da nossa vida foram obra de acasos felizes. A penicilina, o forno micro-ondas, o aparelho de raios-X, as garrafas PET, o post-it e a borracha vulcanizada dos pneus são apenas alguns exemplos.

Quando se trata de grandes decisões que impactam a nossa história, o planejamento e o acaso muitas vezes podem parecer opostos. Porém, a verdade é que ambas as abordagens são necessárias para o sucesso – sem planejamento cuidadoso e previsão, é improvável que alguém alcance seus objetivos; e, ao mesmo tempo, eventos fortuitos fornecem oportunidades de crescimento ou mudança que talvez nunca fossem possíveis se tudo tivesse ocorrido conforme o planejado.

A chave está em encontrar um equilíbrio entre essas duas forças. Embora dar passos para alcançar seus objetivos com planos e estratégias de longo prazo deva ser levado a sério, deixar espaço para ocorrências casuais também pode abrir novas possibilidades que você nem sabe que existem. Afinal, como Louis Pasteur ensinava: “O acaso só favorece a mente preparada”.

Isso significa ser flexível o suficiente para aproveitar todas as oportunidades inesperadas que surgirem – seja mudando completamente o curso ou simplesmente adaptando os planos existentes de acordo – enquanto ainda mantém o foco em seus objetivos principais, para não ser desviado por distrações ao longo do caminho.

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