Um dos maiores desafios de muitas empresas continua sendo diminuir a rotatividade de funcionários e, principalmente, os pedidos de demissão voluntária. Mesmo com o desemprego em alta no país, bastante gente abandona o emprego por sentir que não vale mais a pena continuar aonde está.
Mas, por que isso acontece? Uma ampla pesquisa realizada pelo Saratoga Institute apontou 9 motivos principais ao perguntar àqueles que pediram demissão: “O que seu empregador fez que deixou a desejar?”:
1) Falhas de liderança. Os gestores são descuidados, incompetentes ou criam um ambiente tóxico no qual o dia a dia é muito desgastante para quem trabalha por ali. Ou seja, a pessoa quer se livrar do chefe e, para isso, cai fora da empresa.
2) Falta de oportunidades de desenvolvimento. O colaborador sabe que dificilmente ascenderá na companhia porque as promoções são injustas ou o negócio se encontra estagnado há algum tempo. Não existem boas perspectivas de futuro.
3) Comunicação deficiente. As informações a respeito daquilo que acontece na companhia não chegam, mesmo quando as notícias são boas. Falta transparência e franqueza na relação do alto staff com os demais colaboradores.
4) Falta de reconhecimento. A pessoa não se sente valorizada ou enxergada pela empresa porque não existe aquele simples obrigado em resposta a um trabalho benfeito. Ou, então, os salários são incompatíveis com a média de mercado ou com o tipo de contribuição que ela dá à organização.
5) Alta gestão insatisfatória. O colaborador acredita que a direção não se importa com ele e, pior ainda, permanece isolada em seu castelo de cristal, alheia aos problemas reais. Portanto, sai da companhia ressentindo-se de uma visão ou direção inspiradora.
6) Carência de treinamento. A reclamação costuma ser a de que a empresa não o capacita para lidar com as responsabilidades do dia a dia e também deixa de prepará-lo com vistas ao crescimento futuro. Ou, quando o treinamento é ofertado, é de baixa qualidade.
7) Excesso de trabalho. Os superiores exigem que a equipe produza bem mais, mesmo diminuindo o número de colaboradores envolvidos no trabalho. E todos sabem que essa realidade não é transitória: vão ter que continuar sacrificando a qualidade dos serviços para dar conta de tudo o que precisa ser feito.
8) Falta de ferramentas e recursos. Os computadores não funcionam direito, os materiais de escritório são disponibilizados a conta-gotas, a intranet é uma lástima, o sistema ERP trava a toda hora etc. O funcionário se vê improdutivo por falta dos recursos básicos.
9) Ausência do trabalho em equipe. Não há colaboração entre os colegas do setor nem comprometimento individual suficiente para que as coisas andem direito. E, muitas vezes, os departamentos se digladiam em conflitos sem-fim.
E, na sua empresa, qual é a realidade atual? Por que algumas pessoas vão – ou poderiam ir – embora hoje mesmo?
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.