8 coisas que aprendi visitando o Google

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8 coisas que aprendi visitando o Google
Os googlers realmente acreditam que seu trabalho ajuda a tornar o mundo melhor e se orgulham por fazer parte do time.

Há muitos anos tenho um interesse especial por acompanhar como atuam as empresas que optaram pela estrutura horizontal em seu modelo de gestão.

Inclusive já participei de um evento de benchmarking no escritório do Google Brasil, em São Paulo, para ver in loco como as coisas funcionam por lá.

Com aproximadamente 70 mil funcionários e 150 escritórios distribuídos em 60 países, a empresa nasceu como não-convencional e continua a ser o sonho de consumo de gente do mundo inteiro que quer construir uma carreira de sucesso. Mas, o que posso compartilhar com você e acredito ser relevante?

1) O senso de propósito é nítido

Os googlers – como seus colaboradores são chamados – realmente acreditam que seu trabalho ajuda a tornar o mundo melhor e se orgulham por fazer parte do time. Até podem parecer presunçosos ou arrogantes num primeiro momento, mas é só conversar durante alguns minutos com eles para constatar que, na verdade, são profundamente comprometidos com a missão da companhia.

2) Realmente só entram os melhores

Como disse uma profissional do RH: “Uma contratação errada pode jogar por terra 99 contratações certas”. Por isso, eles não selecionam a pessoa X pensando apenas na sua adequação à área em que vai atuar no curto prazo. Eles têm em mente a empresa, já que a trajetória dessa pessoa incluirá passagens por diferentes departamentos ao longo do tempo. E o processo parece ser bem mais ágil do que alguns anos atrás, comportando quatro entrevistas, em média. Para você ter uma ideia, eram mais de dez.

3) Valorizam o papel dos líderes formais

Apesar de ser uma companhia na qual a hierarquia está em segundo ou terceiro plano e se intitular como um exemplo de “caos organizado”, compreenderam que aquela história de “empresa sem chefe” não funciona quando se busca crescimento exponencial. Por isso mesmo, há muita gente lá dentro que se dedica a ajudar os líderes a terem uma performance fantástica.

4) Ninguém perde tempo cuidando do trabalho do outro

As pessoas confiam na capacidade dos colegas e sabem que eles farão de tudo para cumprir o combinado. E se não puderem dar conta de alguma tarefa, pedirão ajuda a tempo. Portanto, veem o microgerenciamento como uma erva daninha. Você não vai encontrar por lá líderes que ficam pegando no pé das pessoas por pequenas coisas. Pelo contrário, irão empoderá-las.

5) Pagam de acordo com os resultados

A empresa não quis detalhar como funciona o seu pacote de remuneração, mas algo que ficou claro é que todo mundo tem um salário-base e a outra parte dos ganhos chega com o atingimento das metas. Algo bem peculiar é que os pares podem conceder bônus para os colegas. Sim, se o companheiro de trabalho perceber que você merece um dinheirinho a mais porque o seu desempenho tem sido excepcional, ele tem autonomia para concedê-lo.

6) A empresa é aberta para quem está dentro e fechada para quem está fora

O Google possui vários canais internos de comunicação e escuta os colaboradores de verdade. Aliás, a empresa flerta o tempo todo com o risco de falar mais do que deveria, pois entende que pecado maior é mantê-los desinformados. Por outro lado, durante a minha visita não pude tirar nenhuma foto de boa parte das áreas comuns da empresa e sempre estive com algum funcionário a tiracolo, mesmo quando fui ao banheiro.

7) Não existe “almoço grátis”

Nos quatro andares do prédio encontramos pequenas cozinhas equipadas com alimentos saudáveis e todas as guloseimas que estão passando agora pela sua cabeça. Mas tudo isso é para facilitar interações informais e alavancar a performance das pessoas. Em resumo: garantir o alcance das metas.

8) O desempenho é avaliado em tempo real

Os colaboradores realmente têm liberdade para fazer seu horário de trabalho, levar o animal de estimação ao escritório, ou até usar o cartão corporativo como bem entenderem. No entanto, se você fizer alguma besteira ou não bater as metas, muita gente saberá disso na mesma hora e é bom reagir rápido ou logo estará fora. Eles cultivam a meritocracia na veia com todos os seus bônus e ônus.

De forma geral, há muita liberdade e parece que as pessoas estão num parque de diversões. Mas não se engane: você está no Big Brother da vida real e todos os competidores estão com o cinto de utilidades do Batman.

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