Há um provérbio africano que ensina: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo”. E ele é muito aplicável ao mundo corporativo porque empresas que crescem de forma sustentável geralmente são aquelas que sabem tirar proveito da sinergia criada por colaboradores que trabalham de forma interdependente.
Contudo, nem toda equipe nasce com o mesmo propósito, natureza ou expectativa de duração. Quem percebeu isso primeiramente foram John Katzenbach e Douglas Smith que, em 1994, no artigo clássico “A disciplina das equipes”, já classificavam os arranjos coletivos nas empresas em 3 categorias:
— Equipes de projeto. Os times formados para resolver algum desafio específico até determinada data, como é o caso da força-tarefa que toca a implantação do novo ERP. Ou, ainda, dos grupos encarregados de obter uma certificação de qualidade, por exemplo. Os squads também se enquadram aí e o grande desafio das equipes de projeto é conquistar autoridade suficiente para que as recomendações do grupo sejam implementadas na organização como um todo.
— Equipes operacionais. São aquelas responsáveis por manter a empresa em funcionamento no dia a dia, como ocorre com marketing e vendas, produção, recursos humanos, logística, TI e as demais áreas de serviços. Diferentemente das equipes de projeto, elas não têm um “tempo de vida certo” e são valorizadas por sua especialização funcional e a aplicação de melhorias incrementais que as tornem mais produtivas e eficazes.
— Equipes de gestão. Geralmente compostas por líderes formais e técnicos especialistas que gozam de credibilidade na organização, estes times existem com o intuito de supervisionar alguma atividade-chave ou programa interno de alto impacto. Como ocorre com o Conselho de Administração, o comitê que precisa tirar o Plano Estratégico do papel ou o grupo encarregado de gerenciar um processo de fusão com outra companhia.
Mas, por que é importante você saber identificar as categorias de equipes?
A oportunidade de atuar em times de gestão ajuda você a aprimorar competências cerebrais responsáveis por uma boa tomada de decisão, os esquadrões de projeto exigem habilidades de relacionamento que amadurecem a sua influência sobre outras pessoas e as equipes operacionais são importantes para você aprender a executar tarefas com primazia.
Como a capacidade de trabalhar em equipe é cada vez mais levada em conta na hora de as empresas contratarem pessoas ou então promovê-las – além de fazer parte do rol do estudo “As 10 Competências do Futuro” há anos –, acumular experiências em diversos tipos de times pode ser o fiel da balança em sua carreira daqui em diante.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.