Considerado o maior executivo do século XX, Jack Welch dirigiu a General Electric (GE) por duas décadas. Depois que se aposentou, ele esteve em São Paulo falando sobre gestão para um auditório lotado que pôde lhe fazer perguntas. Daí, logo alguém indagou qual era a sua maior competência.
Sem titubear, ele disse que era saber contratar as pessoas certas. Na sequência, outro participante manteve o assunto em pauta perguntando qual o seu percentual de acerto na escolha dos executivos que contratava. E Welch afirmou, colhendo risos da plateia: “Algo próximo a 65%”.
O que ele quis dizer com essa resposta é que é muito difícil sabermos identificar as pessoas que realmente devem fazer parte dos nossos times de trabalho. E vejo isso na prática: muitos empresários que são ótimos na condução das decisões de negócios que precisam tomar no dia a dia, fazem escolhas péssimas na hora de definir quem está – e quem não está – apto para “subir no barco”.
Muito da sua capacidade de identificar as pessoas certas aparece na hora que conduz entrevistas de emprego. Por isso, é fundamental você aprender a fazer perguntas poderosas e depois escutar o que o candidato diz. Inclusive, aquilo que deixa nas entrelinhas.
Pensando nisso, selecionei logo abaixo algumas das perguntas que vale a pena você fazer nas próximas entrevistas de emprego que conduzir aí em sua companhia. São elas:
1) “Se eu ligar agora para seus ex-chefes, o que eles dirão sobre você?”
2) “Se você pudesse mudar algo no passado, o que mudaria? Por quê?”
3) “Conte-me uma história sobre como você resolveu um conflito com os colegas de trabalho ou o gestor da área em seu último trabalho.”
4) “Em cinco minutos, você pode me explicar algo que seja complicado, mas que conheça bem?”
5) “Qual foi a maior decisão que você teve que tomar no ano passado? Por que ela foi tão importante?”
6) “Qual tarefa ou projeto bem-sucedido você considera sua conquista mais significativa na carreira até agora?”
7) Você tem mais facilidade para trabalhar em um ambiente estruturado e com processos consolidados; ou aonde alguns enxergam como uma bagunça organizada, mas que permite você criar as coisas do seu jeito?”
8) “Conte-me sobre como você enfrentou um problema pessoal que surgiu durante o expediente de trabalho.”
9) “Nossas vidas são compostas basicamente por 8 áreas: trabalho, família, estudos, finanças, saúde, espiritualidade, vida social e lazer. Qual o grau de importância de cada uma delas em sua vida? Explique.”
10) “O que você gostaria de encontrar na próxima empresa em que for trabalhar, para se manter motivado?
11) “Digamos que, após dois meses da contratação, você seja demitido. Por qual razão você acha que seria?”
12) “Sem responder de forma clichê, por que nós deveríamos contratá-lo?”
Essas perguntas são importantes pelo fato de que elas podem nos ajudar a conhecer o histórico do candidato em empregos anteriores, seus arrependimentos profissionais, a forma como lida com os inevitáveis conflitos que acabam surgindo, como comunica aquilo que sabe e as principais realizações dele.
E, além disso, de que forma encara os problemas que podem desfocá-lo, seus principais valores pessoais, como ele enxerga o que é um trabalho bem-feito, os pontos fracos que ainda precisa superar e o potencial que ele tem de fazer a diferença na companhia.
Palestrante e consultor empresarial especialista em Formação de Lideranças, Desenvolvimento Gerencial e Gestão Estratégica, também é professor universitário em cursos de pós-graduação. Mestre em Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e é autor dos livros “Líder tático” e “O gerente intermediário”, ambos publicados pela Ed. Qualitymark.